E a poesia vibra a todo vapor no dia 27 de Julho em nossa próspera cidade de São José dos Campos. São José, padroeiro dos Campos, Campos que um dia foram cobertos pelo cerrado e Mata Atlântica. Terra já habitada por Guaianases, jesuítas, Bandeirantes, retirantes. E foi São José da Esperança, quem nos impulsionou! Entre a Serra do Mar e da Mantiqueira, o coração do Vale cresceu dando esperança para doentes de todo o Brasil e logo mais decolou nas asas da tecnologia, dos negócios e da inovação. À margem do Banhado projetamos sonhos, miramos o horizonte, fizemos do progresso realidade e, hoje, festejamos 251 anos. Vamos celebrar!
A celebração de aniversários começou como uma forma de proteger o aniversariante de qualquer problema imaginável. A família e os amigos se reuniam para desejar coisas boas e trazer bons pensamentos. Na Grécia antiga, Artemis, Deusa da caça era homenageada com um bolo de mel redondo e várias velas, simbolizando a Lua, que segundo a mitologia grega era a forma da Deusa Artemis se expressar. Provavelmente foi nessa mesma época que também surgiu o costume de presentear as pessoas e assoprar as velas. Os presentes seriam mais uma maneira de trazer desejos bons. Já as velas e, eventualmente, tochas que também eram acesas, representariam um sinal ou uma oração. Fazer um pedido e soprar a vela significava mandar um sinal para os céus de agradecimento e pedido de proteção.

Grupo de religiosas reúne-se em pátio interno de sanatório em. São José dos Campos (SP) imagem do site http://www.klepsidra.net/klepsidra10/sanatorios.html
O aniversário de nossa cidade é certamente mais que uma ocasião para bolo redondo, velas, grandes shows e uma recheada programação cultural, mas deve ser a nossa chance para agradecer à terra que nos acolhe, a água desta terra, que nos proporciona vida, a natureza que aqui estava e que se transformou para nos confortar. Agradecer a todos os antepassados que a cultivaram e deram o seu suor para que hoje São José dos Campos se tornasse a potência que é e ganhasse o respeito que tem. Conhecer e semear a nossa historia, nossa cultura, nossa arte, nossa gente é a melhor forma de garantir uma cidade ainda muito mais próspera e integrada ao meio ambiente. Pois sempre há muito que melhorar e desenvolver.
O conceito de renascer, celebrar um novo começo, que nos traz a celebração de aniversário, nos permite escolher, assim como nos apropriar da capacidade que temos de recomeço e transformação. O momento é oportuno para fazermos um balanço de nossas realizações passadas e desejos futuros, para que assim possamos assumir novas decisões de mudança e melhorias. Aproveite esta ocasião propícia para pensar sobre o papel que ocupamos em nossa cidade, bairro, comunidade, clubes de serviço, família e como potencializar ainda mais nossas ações. Fazendo isso você presenteará a nossa cidade com o melhor presente de todos: O seu crescimento pessoal!
E hoje este post em homenagem a nossa Aniversariante Cidade não poderia terminar sem poemas que retratem o cotidiano contemporâneo e passado de nossa querida São José dos Campos. PARABÉNS a todos que aqui habitam. Fiquem agora com os poemas de Ricola de Paula, Sandro Costa e outro de minha autoria. Muita poesia nas passagens e até breve.
Daniella Peneluppi
Raízes Joseenses
A Chico Triste/por Ricola de Paula
Aqui o vale
No centro
O banhado mastiga
Poentes de fogo
Junto aos dentes dourados
Nasce uma carie,
o cimento insiste
em obturá-la.
Aqui o vale
No centro
O Paraíba chora
caminhando passo a passo
a ferrugem
e o envelhecimento.
Consolo é sentir as veias
da Mantiqueira no pulsar.
Aqui o vale
No centro
na vestimenta
de chamas e labaredas
o folclore
a as raízes vivas.
Do livro Falhas Magnéticas /2012- Jac Editora
A partida sem o transverso da despedida
Por Sandro Costa
Voando pelas estradas e céus do Vale do Paraíba
A partida sem o transverso da despedida
Águas cristalinas celebram o momento
E num espaço pequeno
São José dos Campos se torna meu coração
Seu olhar me seduz
Sou um pérola negra
Dou um beijo ardente
Aceno para seus montes e digo:
Onde te encontro?
Meus ouvidos são vozes
Rosas de Crepom, este é o meu papel
Espalhar o amor pela cidade
Que finda na pedra, mas inicia nas águas do Paraíba
Agora após longos anos aqui
Te encontro
Te amo
Te aceito
Minha cidade parceira de tantas horas
Brindamos sempre com a solidão
Nossos melhores momentos
Monossilábicos
Querida enamorada
Querido enamorado
Tudo vale a pena experimentar
O importante é amar
Um mundo detrás
Que não volta mais
Atrás dos banhados infinitos
Nasce o Sol de manhã
Mas brilha a Lua de noite
Lançando o seu véu para tantos
Esgotam-se os limites para a amada solidão
Tudo para mim agora começa e termina
Estamos perto do Sol
Mas distante de astros espalhados pelo céu
Eu namoro a brisa
Moro na Lua de vez em quando
Sou lunático
Joseense por opção e escolha
Paulistano da gema
Tudo para mim agora
É como estar diante do Sol
Longe do céu
Perto das nuvens
Chorando chuva
Namorando a brisa
Morando ao teto com a Lua
Tendo a solidão como amuleto da sorte
Até esgotar as minhas entranhas
Me entrego de corpo e alma
Alma e coração
Para os braços das estrelas
Minha amada São José
Nasce para brilhar!
CUESTA, Sandro Luiz – Julho/2018, extraído do livro SENTIDOS IN VERSOS, em produção
Plenilúnio
por Daniella Peneluppi
Noite sempre imanente a saudade
Som do farfalhar das ramagens
Pela passagem do trem…
Do trem no plenilúnio…
Nas ramagens…
Será que ele vem?
Um apito apertado
Pessoas apressadas
Beijos e choros
Cheiros e malas
Vozes e sorrisos
E um meu coraçãozinho partido…
Será que ele vem?
Noite apimentada de estrelas há saudade
Som do serenar nas ramagens
Pela ausência de alguém…
De ninguém no plenilúnio…
Nas passagens…
Será que ele vem?
Do livro Desmergulho/2010- Editora Netebook